Felippa Cardosa y el Sefer Toledot Yeshu: agencia femenina, prácticas judaizantes y polémica anticristiana en un proceso ante la Inquisición de Lima (1588-1603)* Translated title: Felippa Cardosa e o Sefer Toledot Yeshu: Agência feminina, práticas judaizantes e controvérsia anticristã num processo da Inquisição de Lima (1588-1603) Translated title: Felippa Cardosa and the Sefer Toledot Yeshu: Women’s agency, Judaizing practices and anti-Christian controversy in a case before the Inquisition of Lima (1588-1603)

Abstract

Resumen El presente artículo se enmarca en el contexto del creciente interés, al interior de los estudios inquisitoriales, por el tema de las agencias femeninas entre los círculos judaizantes. En efecto, un gran número de mujeres procesadas en las diversas jurisdicciones del Santo Oficio lo fue por el delito de judaísmo. Al mismo tiempo, la gran cantidad de información sobre estas actrices, conservada en las actas de los procesos, permite entrar en un complejo mundo de prácticas y saberes donde ellas fueron protagonistas y promotoras. El carácter global de esta información, originado en el fenómeno de la migración planetaria de los sujetos sindicados como cristianos nuevos, permite llevar a cabo hallazgos sorprendentes. Este es el caso del presente estudio, centrado en el análisis de las agencias desplegadas por Felippa Cardosa con el fin de convertir a uno de sus hermanos a la ley de Moisés. En este cometido, a modo de argumento irrefutable, Felippa echará mano a una tradición textual de larga data entre las comunidades judías de oriente y occidente. Se trata de relatos de virulenta connotación anticristiana, originados en una praxis apologética ancestral en contra de los principios que identificaban al cristianismo prácticamente desde el momento mismo de su escisión de la original raíz judaica.

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Resumo Este artigo enquadra-se no contexto do crescente interesse, dentro dos estudos inquisitoriais, pela questão das agências femininas nos círculos judaizantes. De facto, um grande número de mulheres, processadas nas várias jurisdições do Santo Ofício, foram-no pelo crime de judaísmo. Ao mesmo tempo, a grande quantidade de informações sobre essas atrizes, preservadas nos autos, permite-nos entrar num mundo complexo de práticas e saberes onde foram protagonistas e promotoras. O caráter global desta informação, originada no fenómeno da migração planetária dos sujeitos identificados como cristãos-novos, permite descobertas surpreendentes. É o caso do presente estudo, focado na análise das agências implantadas por Felippa Cardosa para converter um dos seus irmãos à Lei de Moisés. Nesse esforço, como um argumento irrefutável, irá basear-se numa tradição textual de longa data entre as comunidades judaicas do Oriente e do Ocidente. São histórias de conotação anticristã virulenta, originadas numa práxis apologética ancestral contra os princípios que identificaram o cristianismo praticamente a partir do momento da sua cisão com a raiz judaica original.

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Abstract This article shares in the growing interest within Inquisitorial studies towards the issue of female agency in Judaizing circles. Indeed, a large number of the women prosecuted in the various jurisdictions of the Holy Office, were charged with the crime of Judaizing. At the same time, the large amount of information on these subjects, preserved in the proceedings, allows us to enter a complex world of practices and knowledge where these women acted proactively. Far from being passive subjects they were protagonists and promoters of their religious faith. The global nature of this information, a product of the global migration patterns of Iberian New Christians, offers some surprising findings. This is the case of the present study, focused on the analysis of the agency deployed by Felippa Cardosa in order to convert one of her brothers to the Law of Moses. In her endeavor to formulate an irrefutable argument, Felippa draws on a long-standing textual tradition, found among the Jewish communities of the East and West, of virulent anti-Christian connotation. These stories originated in an ancestral apologetic praxis against the principles that identified Christianity, practically from the moment of its split from the original Judaic root.